O bebê enxerga desde o nascimento, só não consegue, ainda, focar em um objeto central. Sua visão é o que chamamos periférica (enxerga o que está mais nas laterais dos olhos). No nascimento, a sensibilidade à luz é grande e, por esse motivo, as pupilas ficam mais contraídas (pequenas). Aos poucos o bebê vai desenvolvendo a capacidade de focar em objetos centrais e, ao completar um mês, enxerga objetos colocados na sua frente, entre 20 e 40 cm. Por volta de um mês, o bebê vai começar a acompanhar o movimento de objetos grandes, desde que se movam bem lentamente. É normal que os olhos não se movimentem sempre em conjunto. Um pode ir para um lado e o outro não acompanhar. É apenas o começo dessa aptidão e é muito cedo para se fazer o diagnóstico de estrabismo (vesgo). Nesta época, com um mês de vida, o bebê ainda não distingue cores e sua atenção é para objetos com mais brilho ou intensidade de cor. Também tem sua atenção chamada por contrastes, como preto e branco. De todos os objetos que possam ser apresentados, o rosto humano é o preferido dos bebês e, mais especificamente, os olhos. Um bom exercício é, segurando seu bebê no colo, na sua frente, mover lentamente sua cabeça para um lado e para o outro.
Com 3 meses de idade, um bebê habitualmente acompanha um objeto que se mova na sua frente. Nessa idade já é capaz de reconhecer alguns objetos e pessoas mais familiares. A identificação de cores vai progredindo e, em torno de 4 meses, já possui uma boa visão colorida. Também por esta época, consegue focar objetos mais longe e, não raro, vai encontrar seu bebê olhando para uma parede distante ou algum objeto que esteja mais longe. Por isso, é uma boa ideia variar os objetos de lugar, contribuindo para estimular a visão do seu bebê.
Entre 4 e 7 meses a coordenação olho-mão se desenvolve plenamente, permitindo que o bebê alcance e pegue objetos. A partir dos quatro meses, o melhor estímulo para a visão é a variação de ambientes, incluindo passeios que permitem à criança observar objetos variados, sem necessidade de manter a atenção em um ou dois. Um bom passeio é pela própria casa, com o bebê no colo e conversando com ele, como se fosse uma excursão! Nesse período, a capacidade de prestar atenção é mínima ou nula, daí a importância de muitos objetos que possam ser olhados.
A partir dos 6 meses, leiam livros para seus filhos. Mostrem as figuras e falem, mudando o tom da voz, contando historinhas. Permitam que mexam nos livros, coloquem na boca, brinquem e não se preocupem em ler uma história inteira. Deixem que a atenção do seu filho determine o tempo de duração da leitura. Mas, tornem a leitura um hábito rotineiro, cotidiano. É o que há de melhor para desenvolver não só a visão, mas, também, a linguagem e o intelecto.
O mais importante é que façam de cada momento de estímulo algo divertido e carinhoso. Nada de considerar esses momentos como tarefas com objetivos definidos e metas a serem atingidas. Deixem isso para bem mais tarde. Nesse período da vida, tudo que os bebês querem é carinho e cuidado. Sintam prazer dando ambos.
2 comentários em “A VISÃO DO BEBÊ”
Como sempre, a visão aguçada do Dr. Cooper nos orienta.
Prezado Hildenio,
Obrigado pelo comentário gentil, ainda que exagerado!