Do peito para as frutas e sopinha, que maravilha. Tudo é festa. Depois, a comida vai ficando mais pastosa e os filhos querem comer tudo que está no prato dos adultos. Colocam a mão no prato e pegam pedaços de carne para morder. Tudo ainda é festa. Um dia, começam os “gostos”. A idade varia e, felizmente, muitas crianças continuam aceitando bem uma alimentação variada e colorida. Mas alguns, literalmente, não querem comer nada! Isto é, nada que seja do desejo dos seus pais ou recomendado. Querem comer “bobagens” ou o que é mais fácil, como uma mamadeira. Aí a festa acabou e os pais costumam ficar muito preocupados e, eventualmente, tensos. O que pode ser feito?
1- Saber que gosto ou paladar é um atributo individual e que, de fato, alguns sabores não serão atraentes para algumas crianças.
2- Independentemente do paladar, algumas crianças resistem a variações ou novidades.
3- As novidades devem ser introduzidas uma de cada vez. Quando a aceitação é imediata, ótimo. Quando não é, os pais devem dar uma pequeníssima quantidade desse alimento, antes da refeição, sem insistir para que coma mais dessa novidade a ser introduzida. Esse processo (uma colherzinha antes do prato que gosta), deve ser repetido. Alguns estudos demonstram que quando essa repetição é feita de forma sistemática por até dez vezes (dez dias), há uma probabilidade muito maior do novo alimento ser aceito. Na maioria dos casos, os pais ou querem dar muito do novo alimento, ou insistem por três ou quatro dias, definindo que seu filho “não gosta” dessa comida.
4- Evitar introduzir coisas artificialmente doces na alimentação das crianças, principalmente no primeiro ano de vida. Biscoitos, bebidas adoçadas, tendem a produzir um “desvio” do paladar. São mais fáceis de agradar e passam a ser uma preferência natural da criança. Lembre-se de que quem faz as compras são os adultos! Se tem biscoito em casa, alguém comprou e não foi a criança.
5- Comer em família, todos juntos à mesa, é um bom hábito desde que a família coma de forma saudável. A criança vai se habituar a ver pais e irmãos comendo e esse clima é muito bom para todos. A refeição não é só para alimentar e nutrir, mas também um momento de interação, conversa e trocas.
6- Não ofereça guloseimas como prêmio se a criança comer algo que deveria comer naturalmente. Estará reforçando a ideia de que aquele alimento é “ruim” e só com um “pagamento” deve ser comido.
7- Elogie ou faça comentários positivos quando a criança comer o que deve. Diga coisas como- que bom que comeu tudo, vai ficar forte e bonito. Puxa! Comeu tudo como o papai e a mamãe, que bom ou que bonito.
8- Se a criança não quiser comer, não insista ou fique negociando muito. De forma alguma entre pânico de que seu filho vai ficar desnutrido e sucumba à tentação de dar qualquer coisa (uma bobagem que ele goste) para que “não morra de fome”. Crianças em cuja casa exista uma geladeira abastecida de alimento saudáveis, não morrem de fome!
9- Saiba que, com essa questão do não comer, começou uma queda de braço sobre limites, obrigações e individualidade, que só terminará no final da adolescência. Saber impor limites, com carinho, é uma das tarefas mais importantes dos pais. O caminho fácil de ceder às pirraças pode gerar adultos que não tolerem a frustração, impacientes, egocêntricos. Em uma palavra, adultos insuportáveis. Não ceda às pirraças.
10- Saiba que vai se sentir muito mal ao colocar limites. É normal. Aguente firme e compartilhe esse seu sentimento com seu companheiro ou companheira. Ambos precisam ser cúmplices. Tanto no suporte mútuo, quanto na manutenção do limite imposto ao filho por um dos pais.
11- Paciência, perseverança, criatividade e muito carinho!
13 comentários em “MEU FILHO OU FILHA NÃO COME NADA!”
Achei muito interessante a forma com que o tema foi tratado.
Penso que poderá ajudar os pais aflitos e desejosos de acertarem. Parabéns!
Pensei que…
As guerras alimentares colocam em xeque a competência e autoridade dos pais.
É sempre bom lembrar que nos colocarmos no lugar da criança é uma boa estratégia para encontrar soluções para essas guerras domésticas. Não é muito fácil, pois isso nos remete ao tempo de nossa infância e reativam os embates vividos com nossos próprios pais.
Olá Dr.Cooper,
Durante algum tempo, desde o nascimento, existem uma serie de restrições alimentares para a criança.
Para crianças de 02 anos , ainda devemos evitar ou restringir certos alimentos tais como Crustáceos e comidas cruas ( carnes e peixes ) , alguma fruta, condimentos ?
Obrigado.
Bjs
Bia
Bia,
Em princípio, não há restrição alimentar para uma criança de dois anos, partindo da premissa que a criança é saudável e que os pais usarão algum bom senso. O que deve ser evitado não é por causa da idade da criança, mas sim pelo aspecto nutricional. Embutidos(salsichas e frios),enlatados, gordura animal excessiva, frituras, condimentos muito fortes (curry, pimenta, páprika), não fariam parte de uma dieta saudável, portanto, não precisam ser dados. Peixes e crustáceos, nesta idade, não havendo história de alergia, podem ser dados. Quanto à comida crua, a única questão é de potencial contaminação com bactérias ou parasitas e não da sua digestibilidade. Dito de outra forma, uma criança de dois anos deveria comer a mesma alimentação saudável que um adulto.
Estou respondendo de forma genérica. Sugiro que converse com o seu peditra para tirar dúvidas específicas, se existirem.
Meu filho de 4 anos e meio também tem esse problema,não come quase nada no almoço somente umas três colheradas d comida e diz que ja ta satisfeito e as vezes até foge de mim pra nâo comer, no café da manhâ o màximo que consigo é faze ele toma um copo de leite com nescau e no lanche da tarde uma fruta,um mingau,yogurte e as vezes uma fatia d pão com leite,mas ele só come uma dessas coias que citei e verdura ele não come de jeito nenhum,já levei na pediàtra e ela fez exames e ta tudo bem com ele nada de anemia,ela disse que é uma faze e vai passa,mas ele só pesa 14kg acho mto pouco para a idade dele e ele me parece tão magrinho. Por favor doutor me diga o que fazer fico muito preocupada com ele,não sei se os alimentos que citei são todos saudáveis pra ele,aguardo anciosa a sua resposta,obrigada.
Patricia,
Os alimentos que citou são saudáveis. Por outro lado, algumas crianças saudáveis, são magrinhas. Parece ser o caso do seu filho que já fez exames a pediatra disse que está tudo bem. Aproveite a sua próxima ida na sua pediatra para incluir o tema na conversa. Ela pode lhe dar algumas dicas para a alimentação do seu filho e, mais importante, lhe dar a segurança de que tudo está bem com ele, permitindo que você relaxe um pouco. Sucesso!
obrigada Doutor,na proxima consulta vou falar com a pediatra sim, e obrigada por sua resposta rapida e atenciosa, agora sei onde encontrar respostas para minhs duvidas e preocupações que toda mãe tem,o senhor esta de parabéns…um abraço!
Olá Doutor,
Tenho um filho de 1 ano e 2 meses, ele não come nada doutor, nada mesmo..Quando ele tinha 6 meses,minha esposa começou a introduzir os alimentos sólidos,ele sempre negava,mas todo dia ela fazia almoço e janta pra ele, ele sempre negou, o máximo que ele comia era uma ou duas colheres e pronto,nao comia de jeito nenhum. Agora ele gospe,sai correndo,não abre a boca pra nada,nem fruta só bebe leite. Levamos ele ao pediatra recentemente, ele disse pra deixarmos ele com 3 mamadeiras ao dia,manha tarde e a noite, que ele iria sentir fome e comer, que iria ser dificil,mas ia dar certo, fizemos isso.Doutor mesmo assim ele nao come, ele fica com tres mamadeiras por dia mas nao come.Fazemos pratos coloridos para ele ,sentamos com ele á mesa comemos sempre a mesma comida que ele, mas nada dá certo.Doutor isso é normal? O que podemos fazer?
Prezado Douglas,
Pelo que você descreveu, apesar da dificuldade de comer, seu filho é saudável. Isto é, além de não ter nenhuma doença que pudesse justificar a falta de apetite, se desenvolve normalmente. Portanto, seria uma situação essencialmente comportamental, desde os 6 meses de idade. Nessa faixa de idade, seria importante olhar também para o comportamento dos adultos e não só para o da criança. Esta seria uma conversa para ser tida com o pediatra de vocês. São tantas as nuances envolvidas que é impossível de se conseguir aprofundar o tema em uma blog ou internet. O pediatra de vocês, além de fazer as recomendações nutricionais, poderá, se for o caso, sugerir uma conversa dos pais com um psicólogo. Muitas vezes, em situações onde a criança é saudável, são os pais que precisam de apoio e suporte para modificar algo na dinâmica familiar, ajudando, desta forma, os filhos. Sugiro que conversem francamente com seu pediatra.
Olá Dr Roberto!
Tenho uma filha de 2 anos e 3 meses e ela não tem muito apetite, não come nada e as vezes enche muito a boca e cospe eu fico muito brava com a situação e muitas vezes bate até um desespero… o que devo fazer para que ela tenha mais interesse em se alimentar….???
e mais uma pergunta é bom dar água ou suco durante as refeições… ela pede muito?
Obrigadooo
Ola meu filho tem 6 anos e só come arroz e carne… ja tentei introduzir outros alimentos como feijão saladas e legumes mas ele resiste sempre, quando era menor comia de tudo aos 4 anos disse que não gostava mais desses alimentos e nunca mais colocou na boca nem para experimentar, queria uma dica de o que fazer para mudar a alimentação dele, e acrescentar mais vitaminas etc no nosso cotidiano?
obrigada
Prezada Camila,
O ideal seria que conversasse com o seu pediatra porque as questões comportamentais merecem um conhecimento mais amplo do contexto da família e da criança, como também mais tempo do que uma ou duas sugestões “frias” pelo blog. De um modo geral, diria que certa resistência a alimentos pode ser normal em crianças entre 3-8 anos de idade. Não é possível forçar a criança a comer, mas, se pode oferecer os alimentos. Isto é, tê-los à mesa e sugerir que a criança prove este ou aquele. Se os pais consomem feijão, saladas, legumes, ajuda muito porque a criança terá o exemplo destes. Outra tentativa que pode ser feita é a forma com que o alimento é preparado. Um mesmo alimento pode ser apresentado sob a forma cozida, em purê, fazendo parte de um empadão ou misturada com arroz.Pode ser oferecido como um omelete, croquete etc. Consistência diferentes podem produzir interesse pelo alimento. Da mesma forma que uma apresentação lúdica, em formatos e simulando bichos, pode ajudar. Não há regras, nem ações mágicas. Há que se ter paciência e perseverança, sem perder a ternura! Quanto à preocupação com vitaminas, nossas necessidades diárias são relativamente baixas e, dificilmente, uma criança que tem acesso à alimentação vai desenvolver uma carência vitamínica. Retorno ao começo da resposta, o ideal seria uma boa conversa com seu pediatra.
nossa,,la em casa ta o OHH,,,ate pego o chinelo ,,e ela enrola comida na boca e pede pra voltar p prato..e eu fico engola..essa comida,,e ela faz ansia de vomito..e come umas duas colheradinhas chorando…e eu brigando..me ajudem,,,desejo q ela se alimente bem
Prezada Ericka,
Sugiro que converse com um pediatra de confiança o quanto antes. O blog ou a internet não substituem uma consulta e orientação adequada. Na internet você terá informações contraditórias que vão te confundir.