MAMADEIRA: ASSUNTO PROIBIDO!

mamadeiraUm pediatra falar sobre mamadeiras é um assunto proibido. Aliás, não só o pediatra, qualquer pessoa falar sobre mamadeira virou um tabu. Claro que se fala, mas é desses assuntos que mães trocam segredos sobre marcas, tipos, bicos, como se fosse algo ilegal. Resolvi falar um pouco mais abertamente sobre esse tema com o único intuito de desmitificar um pouco o assunto.

Para começar, gostaria de deixar bem clara minha posição inteiramente favorável à amamentação. Não há dúvida alguma sobre todas as qualidades nutricionais, afetivas, psicológicas que o amamentar traz para a criança (e para a  mãe). Mas, daí a se criar uma clima de constrangimento sobre as mães que, pelos mais diversos motivos, usam mamadeiras para alimentar seus bebês, vai uma grande diferença.  Vivemos um clima onde a Patrulha do Peito parece vigiar todas as mães e quando identifica uma que está usando mamadeira, desfia os argumentos pró peito, de uma forma muitas vezes opressiva. Parece que a mãe que ofereceu mamadeira está cometendo um crime! O que a Patrulha do Peito acaba conseguindo é gerar um sentimento de insegurança e culpa em uma mãe que pode ser tão carinhosa e amorosa quanto uma que amamente no peito.

Vamos a alguns fatos:

  1. O leite materno é o mais adequado para o bebê. Sem dúvida que sim. Não é preciso se falar nos aspectos dos constituintes do leite materno. Basta pensar que, para humanos, nada melhor do que leite humano. Simples assim. No entanto, pelos mais variados motivos, nem todas as mães conseguem ou podem amamentar seus filhos. Felizmente, hoje, existem fórmulas infantis (leites específicos para lactentes)  que são de excepcional qualidade e garantem uma boa nutrição aos bebês.
  2. Amamentar cria um vínculo forte entre mãe e bebê. De fato, o contato físico íntimo é excelente para a criação de vínculos afetivos e a amamentação permite esse contato. Mas, o amor não está no leite que sai do peito e sim no toque, no olhar, no modo de segurar seu filho. Dar uma mamadeira pode ser um momento de grande initmidade e carinho, ainda que a boca do bebê não esteja no seio da mãe.

Devemos incentivar ao máximo a amamentação, mas nunca penalizar as mães que não conseguem ou não podem, com culpa e insegurança. Uma mãe de primeira viagem pode estar tensa nos primeiros dias e achar não vai conseguir amamentar. Cabe ao pai, familiares e pediatra, criar condições de tranquilidade e estímulo para que a mãe e o bebê encontrem o caminho da amamentação. Não se deve oferecer uma mamadeira na primeira dificuldade. Mas, algumas mães e bebês, por mais que se esforçem, e sem motivo objetivo,  não conseguem chegar a um “acordo” satisfatório com relação à amamentação. Outra mães têm restrições de saúde que as impede amamentar. Para estas mães, a mamadeira é a solução. Deve ser vista como algo positivo porque vai permitir que o bebê se alimente adequadamente e continue recebendo o carinho e amor da mãe. Não há nada de errado em se dar mamadeira nestas circunstâncias. As mães que dão mamadeira não devem ser ” patrulhadas” e sim acolhidas. Introduzir a mamadeira já pode ter sido um momento difícil. Não precisam de nenhum tipo de juízo de valor dos seus atos. Precisam sim de acolhimento para que possam desfrutar plenamente das alegrias da maternidade. Não é pelo tipo de leite que é ofertado aos filhos que se avalia uma mãe! Mãe é bem mais do que um peito com leite.

Agora, é só esperar a reação da Patrulha do Peito! Um pediatra escrever sobre mamadeira é uma heresia. Fosse na idade média, eu corria o risco de ser queimado em praça pública! Mas, insisto, ninguém é contra o aleitamento natural. Mas, quando este não for possível, não é crime, nem pecado, usar a mamadeira com fórmulas (leites) adequadas.

Como sempre, gostaria de receber seus comentários. Inclusive os críticos, se houver.

34 comentários em “MAMADEIRA: ASSUNTO PROIBIDO!”

  1. Karla Rodrigues de Almeida

    Dr. o senhor cada dia (ou a cada post) me surpreende mais. Fiquei tão feliz e aliviada de ler isso de alguém que entende do assunto!!!! Meu bebezinho Inácio sofreu um tanto, logo na maternidade porque não conseguia (ou sabia) mamar, ou era eu que não sabia dar e ele tinha que tomar a fórmula num copinho descartável que machucava a boquinha dele…. Porque não podia ser logo a tal mamadeira??? E o pior, o bichinho chorava de fome mas só podiam dar a fórmula de 3 em 3 horas…mas se fosse no peito não podia ser livre demanda???? Enfim, já passou essa fase! No próximo bebe vou levar uma mamadeira escondidinha na malinha da maternidade rsrsrsrs. Obrigada de novo. Beijo e sucesso.

    1. Dr. Roberto Cooper

      Karla,
      No próximo bebê, leve a mamadeira escondida! Mas, acredito que com a sua experiência e vivência e ainda considerando que cada bebê é diferente, vai conseguir amamentar seu próximo filho. Se não conseguir, tente um pouco, dê uma chance para que você e o bebê se “entendam”. Se precisar usar a mamadeira, use e não precisa esperar para dar de 3/3 horas para oferecer a fórmula.

  2. Daniela Carnavale

    Eu amamentei muito pouco a minha primeira filha. Acredito que por variados motivos: insegurança, falta de jeito, dificuldade dela mesmo em pegar o seio e inexperiência minha em tentar e tentar até ela conseguir e por aí vai.
    A minha segunda filha nasceu agora, quase 9 anos depois da primeira e nessa foi tudo diferente. Consegui amamentá-la, não me amedrontei com as dificuldade e venci. Acredito, que no meu caso, a maturidade me ajudou neste processo.
    Não julgo as pessoas que não conseguiram amamentar cada um sabe onde seu calo aperta. E é melhor um bebê alimentado artificialmente do que chorando com fome.
    Falando em patrulha, uma das coisas que me incomoda é esta moda de parto normal/natural. É claro que o ideal seriam que todos os bebês nascessem de parto normal, mas nem sempre isso é possível e vem a patrulha materna em cima das mães como se elas fossem umas criminosas.
    Mudei de assunto, né?
    Adorei seu blog, voltarei sempre nele.
    Daniela

    1. Dr. Roberto Cooper

      Prezada Daniela,
      Obrigado por seu comentário. Mostra, na prática, como uma vivência não determina, obrigatoriamente, como será outra semelhante. Parabéns pelas duas filhas! Quanto ao parto normal, é claro que o ideal seria que o maior número de bebês nascesse desta forma. Qualquer patrulha é autoritária e gera uma reação de acanhamento, quando não de culpa. Mas, é preciso que se diga, que uma taxa em torno de 80% de cesarianas, não encontra respaldo médico. É alta demais. Me parece que às mulheres (e homens que serão pais), caberia questionar esse número abusivamente alto de cesarianas. Uma coisa é a necessidade de intervir. Outra, é esse abuso.
      Aceitei a mudança de assunto de bom grado porque é um tema muito importante. Fez bem em trazê-lo.
      Aguardo e agradeço suas visitas ao blog.

  3. Daniela Carnavale

    Dr. Roberto,
    Concordo que há um excesso de cesarianas no Brasil, o que eu discordo são dessas mães que crucificam as que fizeram cesárias sem ao menos saber o motivo destas.
    Eu na minha primeira filha tentei por 5 horas parto normal, mas como dizem ela coroava, mas não conseguia passar pelos meus quadris e olha que eu tive 9 de dilatação. No final das 5 horas, pedi a minha obstetra que fizesse a cesariana. Final da estória, minha filha pelo esforço que fez acabou tendo um apgar baixo 6 e 9.
    Na segunda gestação optei logo pela cesárea com medo de acontecer a mesma coisa que aconteceu com a primeira. Foi uma cirurgia rápida, sem a emoção que foi a primeira, mas em compensação o apgar da segunda foi 10 e 10.
    Quero deixar claro que sou super a favor do parto normal. Concordo que no Brasil a maioria dos médicos incentivam o parto cesariano, por serem mais “rentáveis” para eles, afinal quem que ficar com uma paciente por horas a fio ganhando muito pouco dos planos de saúde?
    Agora sou contra aqueles partos caseiros que começaram a ganhar adeptos por aqui. Tenho duas conhecidas que fizeram, graças a Deus tudo deu certo, porém poderia não ter dado e parto em casa sem infraestrutura não concordo. É por em risco a saúde da mãe e do bebê. Façam partos naturais:de cócoras, na piscina, na banheira mas que sejam realizados dentro de hospitais e junto a equipes médicas qualificadas para uma possível emergência.
    Mais uma vez obrigada pela resposta e por nos orientar neste mundo fantástico que é a maternidade.
    Abraços, Daniela

    1. Dr. Roberto Cooper

      Prezada Daniela,
      Toda forma de patrulhamento é ruim. Concordo que estamos falando de dois aspectos do mesmo assunto. De um lado a crítica cega e descabida às mães que fazem cesariana, de outro, o abuso, por parte dos médicos, desta cirurgia. Também concordo com seu ponto de vista com relação ao parto em casa, debaixo d´água etc. O parto pode e deve ser algo com intervenção mínima (e observação máxima). Isso deve ser feito em um ambiente onde todos os recursos estejam disponíveis, caso haja alguma intercorrência.

    2. Oi Daniela,
      Peco permissao pra me intrometer no teu comentario, nao achei nenhum outro post sobre parto.

      Eu nao vou ter muito tempo pra escrever em detalhes minha opiniao sobre o assunto. Eu concordo contigo que o patrulhamento nao traz nada de positivo. Afinal de contas se alguem precisou de uma cesarea (seja por motivos fisicos durante o parto ou por receio) o que importa eh que a experiencia de parto seja uma coisa positiva para todos envolvidos. Mas algumas coisas me incomodam nessa historia de parto normal vs cesarea:
      – muitas mulheres tem uma ideia simplificada do parto natural. O parto natural leva tempo mesmo. Eu acho normal um parto levar 10 horas e se chamar normal. Eh um processo da vida, nao se conta no relogio. Eu acho que muitas mulhers nao sabem disso e ficam horrorizdas quando ouvem falar de um parto que durou 10 horas.
      – eu acho que existe uma dificuldade muito grande de todos (inclusive medicos, maes de segunda viagem) de lidar com as incertezas de um parto normal. A crianca sai na hora que sai. E grande chance eh de que nao sera nos proximos 10 minutos. Esse fator de incerteza faz com que muitas maes e medicos optem pela cesarea. Eu desconfio que seja algo com um tom cultural. Eu percebo que pessoas de paises diferentes lidam com essa incerteza mais tranquilamente que nos brasileiros.
      – eu nao quero comecar a balela de criticas, mas eu acho que muitos medicos nao sabem lidar com incertezas, e outros infelizmente trabalham com a incerteza dos pais, para sugerir o parto cirurgico. Tanto para os pais como para os medicos, eh muito mais conveniente. Eu ouco amigas brasileiras dizendo que marcaram a cesarea para segunda por que assim o marido pode ficar os 5 dias + o fim de semana. Nao estou menosprezando a presenca do pai/marido nessa primeira semana tao importante. Mas a crianca so vai nascer uma vez na vida.
      – uma amiga minha filha de medico e que quer ter parto natural disse que o pai dela nao vai estar nem por perto quando ela estiver em trabalho de parto, e completou “imagina um medico nessa situacao nao poder fazer nada”.
      – crendice minha, mas eu acho o parto um ritual de passagem importante, pros pais, mas tb para o proprio bebe. Toda a forca, do bebe, da mae, da natureza envolvida nesse momento, nao da pra abreviar com 15 minutos de cesarea.

      Ah eu disse que nao tinha muito tempo, mas me apaixono pelo topico. Eu morria de medo do momento do parto – e confesso que pensava em nao ter filhos por esse medo. Mas os 9 meses me deu tempo pra acostumar com a ideia do parto normal.

      Nao respondi ao seu comentario por nenhum motivo especifico, mas so pelo fato de que vc mencionou cesarea vs parto normal e meu dedo “cocou”. Eu ia athe procurar um post generico pra poder postar, mas sou meio ruim de blog… esse eh o primeiro que sigo.
      Cada um escolhe o melhor para si.

      Abraco
      adriana

      1. Dr. Roberto Cooper

        Adriana,
        Acho importante a discussão sobre os altos índices de cesárea no Brasil, mais especificamente no setor privado. Haveria algo diferente na mulher brasileira, assistida fora do setor público que justificasse os índices altíssimos de cesáreas? Se não houver nada diferente nas mulheres, devemos todos nos questionar sobre os porquês desses índices.
        Como você bem disse, cada um escolhe o melhor para si. Minha dúvida é se as mulheres estão escolhendo o melhor para si ou estão sendo conduzidas a esta escolha? Novamente, a informação de qualidade é o que pode nos dar a possibilidade de fazermos uma escolha real.

  4. Olá Dr. Roberto! Gostei muito de ler esse texto. Eu sou enfermeira, trabalho na área de maternidade e centro obstétrico e sou mãe. Meu filho nasceu em Fevereiro agora, e a amamentação sempre foi, pra mim, algo inquestionável. Sei da importância tanto emocional quanto da qualidade do leite, mas na prática as coisas não foram tão bem quanto na teoria. Meu filho não pegava o seio nos primeiros dias (o que eu sei que é normal, e que eles ainda tem uma ‘reserva’ e nao precisam mamar tanto logo de cara), mas fizeram HGT e lá estava o meu pequeno com 41. Ok, começou a saga da fórmula. Tadinho ficou com controle de HGT e com fórmula. Quando cheguei em casa ele pegou o seio, mas é muito preguiçoso, mama 5 minutos e chora, porque cansa. Isso quando não dorme no peito depois de mamar 5 min, e logo acorda chorando de fome. Tentei absolutamente TUDO. Tudo para aumentar a produção de leite, posições, técnicas, e nada. Hoje meu pequeno está com 2 meses, e continua com complemento. Na realidade, atualmente, o seio que ficou como complemente, porque ele está querendo cada vez menos o peito, só quer a mamadeira. Confesso que essa fase foi extremamente difícil pra mim, aceitar que não seria ‘capaz’ de nutrir meu filho, e ter que me render à fórmula láctea. Hoje em dia, já lido melhor (ou de forma menos pior) com isso. Tive de aceitar que, não sei bem o motivo, meu filho tem dificuldade em mamar no peito, e que parece que não gosta de fazer esforço. Prefiro dar fórmula pra ele na mamadeira do que ver ele chorar de fome e brigar com o meu seio, o que me deixa mais triste, porque parece que está brigando comigo…

    1. Dr. Roberto Cooper

      Priscila,
      Obrigado por seu depoimento franco e corajoso. Acredito que vai ajudar muitas mães que passam por situações semelhantes. Só gostaria de sugerir que você é uma mãe capaz de nutrir seu filho sim. Filhos precisam de comida, colo e carinho. Você dá isso tudo a ele. Ele está muito bem “nutrido” por você. Também duvido que ele esteja brigando com você. Mas isso é um papo longo que você poderia ter com seu pediatra.

  5. Beatriz farah

    Ola Dr. Cooper,

    Na semana passada, aproveitando a colocação da própria de que ela tinha crescido e que não era mais um neném, sugeri a minha filha, 03 anos, que trocássemos o objeto mamadeira por um copo. Ela topou. Compramos juntas o copo que ela queria e troca feita.
    Ela costuma mamar pela manha quando acorda e a noite antes de dormir, raramente a tarde.
    Porem com a troca tenho notado que a vontade dela de tomar leite diminuiu e de fato, ela tem bebido muito menos, digamos que metade ou menos da metade.
    Ok ? Digo, sem problemas, é isso mesmo ? Ou é ruim ela parar de tomar leite e eu tenho que tentar incentiva-la de alguma outra forma ?

    Beijos

    Bia

  6. Mamadeira, por onde comecar?
    Eu amamentei ateh os 8 meses. A mamadeira foi introduzida entre o 3 e 6 meses (oras leite materno, oras formula) por que eu estava prestes a defender a tese de mestrado. Minha bebe esta com 17 meses e frequentando o jardinzinho. Nas proximas duas semanas ela “gradua” para a sala dos 18 meses, onde so tomam leite na canequinha. Minha filha adora leite na mamadeira. As duvidas sao muitas:
    – qual a melhor idade para tirar a mamadeira?
    – ou melhor, quando eh que a mamadeira comeca a ser malefica (formacao dos dentes/arcada, outros)?
    – alguma dica de como tirar a mamadeira (fisica, nao o leite) ?
    – ela toma leite na mamadeira antes de ir pra cama, mas antes da cama escova os dentes. Eu nao acho justo tirar o leite nem a mamadeira noturnos (da conforto), desde que os dentes sejam escovados. Faz sentido? Ou leite noturno eh ruim depois dos 17 e ponto?
    – o mesmo com a mamadeira, faz mal ela seguir tomando mamadeira athe que enjoe naturalmente?
    – meu marido e eu discordamos na forma de introducao da canequinha – ah, o “q” da questao. Ele diz que devemos oferecer o leite so na caneca de hoje em diante tambem em casa (anteontem comecou as 2 semanas de adaptadcao na sala que a mamadeira eh banida) . So que ela nao ta aceitando. Ela gosta de suco ou agua na caneca, mas nao aceita o leite e empurra a caneca longe. Eu digo pra esperar a terceira semana, que ela vai estar completamente na nova sala, vendo todos os outras criancas com caneca – ela vai ceder. Se nao, aih sim vemos a melhor estrategia. Ele diz pra comecar ja em casa e se ela nao tomar deixa sem tomar, ou entao insistir com ela. Minha leitura eh que eu tenho minhas manias que me fazem feliz e confortavel. Mamadeira eh a dela. E com o tempo, quanto mais ela tomar outros liquidos na caneca, mas acostumada ela vai ficar vai acabar passando disso.
    O que faz sentido numa hora dessas, devo insistir? Meu marido se preocupa que nao queremos ser pais que deixa a crianca tomar conta do pedaco, mas eu acho que esse tipo de preocupacao deve ser deixado para corrigir atitudes, nao para corrigir como se toma ou come.
    Alguma dica de como fazer a transicao da mamadeira para a caneca mais suave?

    1. Dr. Roberto Cooper

      Adriana,
      Apesar de tentado, não vou responder ítem a ítem. Estou convencido de que toda regra institucional não é capaz de atender à individualidade das pessoas. As instituições precisam de regras para funcionar, no entanto, as que lidam com crianças em formação deveriam ter alguma flexibilidade para acolher às diferenças. Nenhuma professora hesitará em dizer que cada criança é uma criança. Logo, uma regra baseada em idade, fere esse princípio e passa a atender à instituição e nào às crianças que a frequentam.
      Pelo que descreveu, sua filha já usa bem a caneca. Mas, prefere a mamadeira para tomar o leite. Não há uma idade “certa” para tirar a mamadeira, mas aos 17 meses ainda é aceitável que a utilize. Tanto mais que é só para o leite. Se puder negociar com seu marido e a escola que aceitem que sua filha continue com a mamadeira de leite, muito provavelmente, em alguns meses, ela fará a transição espontânea (ou com algum tipo de incentivo motivacional) para tomar o leite na caneca.
      Entendo a preocupação do seu marido quanto a não serem pais de crianças que tomam conta do pedaço e tiranizam os adultos em volta. Certamente isso tem muito a ver com atitudes, o que inclui as relacionadas com a alimentação. Por exemplo: comer vendo televisão, só comer papinhas ou purês, independentemente da idade, negociar comer comida x trocar por besteira (comer para ganhar um “brinde” como um biscoito ou similar), só tomar leite na mamadeira, aos 3 anos de idade.
      Resumindo: não vejo necessidade de forçar uma mudança no hábito da sua filha, só porque está com 17 ou 18 meses. Acho mais conveniente esperar um pouco até que ela faça uma transição mais suave da mamadeira para a caneca. Talvez possam ajudá-la com alguns incentivos como uma caneca específia e diferente para o leite ou um copo de bico. Também é importante elogiar seu comportamento com sucos e água, quando usa a caneca.

  7. Gostei muito de seu post Dr. Gostaria de lhe pedir se for possível, algumas dicas para desmamar meu pequeno, Ele está com um ano e sete meses, ainda mama no peito. Já se alimenta normalmente com alimentos sólidos e sopas, bem como toma suco e leite no copo. Mas não está fácil conseguir desmama-lo. Quando tive minha primeira filha, eu para desmama-la, viajei fiquei três dias fora de casa, meu marido ficou com ela, quando eu voltei ela não pediu mais. Fiquei com o coração partido, mas creio que foi a melhor solução. Não sei se este procedimento é o correto em se fazer, pois creio que de alguma forma pode causar sofrimento a criança, ainda mais porque meu pequeno é muito apegado a mim. Gostaria de saber sua opinião.
    Obrigada por nos orientar brilhantemente.

    1. Dr. Roberto Cooper

      Prezada Mariana,
      Não há receita única para o desmame. Primeiro, você precisa decidir que está pronta para esse momento. Se estiver, converse com o seu filho, de forma direta, objetiva, sem rodeios. Explique que ele está grande e que mamar é para bebês. Por esse motivo, ele não precisará mamar mais. A seguir, pare de dar o peito. Se, para isso, precisar sair de casa, saia. A melhor estratégia é a que funcionar para vocês. Sucesso!

  8. Maria Aparecida De Andrade

    Parabéns Doutor pelo texto adorei sou mãe de primeira viagem e nåo conseguir amamentar minha primeira e foi uma fase bem dificiul pra mim.,nas primeitas semanas me sentia uma inultil ,frustada ,chorava pelos canto e me sentia incapaz e infelizmente ainda a um preconceito e pessoas me julgar falando que eu deveria te insistino como a culpa fosse minha ,mas hoje ela tem 46 dias e descobrir posso ser feliz ao dá uma mamadeira para minha filha e aquela frustação deixei de lado porque percebir que é mais importante ela esta alimentada e sadia do que com fome e doente e é com muita alegria que dou a mamadeira pra ela e são post como o seu que me incentiva que nåo sou uma mãe má ,uma mãe que não cuidar sou uma mãe que infelizmente não conseguiu amamentar no seios e sei da importancia do vinculo que tras e no meu proximp filho vou fzr o maximo graça a experiência que tive com a minha pequena e novamente parabéns pelo post .

    1. Dr. Roberto Cooper

      Prezada Maria Aparecida,
      Obrigado por participar do blog com seu depoimento. Fico muito feliz quando o que eu escrevo possa ser útil para outras pessoas. Sem dúvida, há um terrorismo com a questão da amamentação. Ninguém discorda de que seja o desejável. Mas, daí a fazer da mamadeira um objeto de repulsa e deixar a mãe se sentindo mal, vai uma grande diferença. Parabéns por perceber, rapidamente, que seu amor não está localizado nos seus seios.

  9. E verdade Dr nem sempre podermos amamentar até os seis meses que e meu caso, pois minha licença esta acabando, então ja estou tentando fazer com que meu bebê se acostume com a mamadeira. Quando falei com a pediatra qual seria o melhor leite pra ele simplesmente fui criticada, eu ja estava triste pelo fato de deixar meu bebê nas mãos de outra pessoa e ter que parar de amamentar como se eu não quisera mais. Como se eu fosse culpada de algum crime fico triste com isso mais preciso trabalhar. .Gostei muito do seu post obrigado. .

    1. Dr. Roberto Cooper

      Prezada Flavia,
      Você não vai cometer crime algum ao ir trabalhar. Assim é a vida. Não acho justo, mas é assim. Devemos caminhar para uma licença maternidade um pouco mais longa. Enquanto isso, você amamentou o tempo que lhe foi concedido, legalmente. O que mais esperar ou exigir de uma mãe. A próxima vez que um pediatra lhe criticar, peça que lhe pague seu salário para ficar em casa amamentando que você o fará com o maior prazer!

  10. Dr, me desculpe, mas não achei o assunto no blog. Estou com uma duvida, e gostaria de sua ajuda. Minha bb tem 1 ano e 5 meses e ainda mama. Eu gostaria muito de fazer luzes no cabelo pois estou me sentindo muito feia. a auto estima está no chão!
    tenho medo de fazer. a cebelereira diz que pode pq não pega na raiz.
    o que o sr acha?

  11. Meu bebê nasceu a uma semana, meus seios estão com fissuras e levei ele para uma técnica em amamentação ver. Ela me falou que a pega estava errada, meu bebê não suga apenas apertada o bico. Ele chora muito na tentativa de mamar. Tive que dar msmadeira para não vê-lo sofrer tanto. Estou deprimida com isso. Será que após a mamadeira ele consegue voltar ao seio? Tenho medo de nao conseguir? O que posso fazer?

    1. Dr. Roberto Cooper

      Prezada Beth,
      O Conselho Federal de Medicina proíbe consultas pela internet. Opinar sobre a situação que descreveu seria irresponsabilidade minha. Pense que o seu objetivo é oferecer o melhor possível para seu filho. Seu objetivo não é amamentar, por amamentar. Claro que, podendo, isso será o melhor para ele. Mas, não podendo, por qualquer razão, a fórmula será o melhor para ele. Portanto, não se sinta deprimida ou culpada. E, sim, ele poderá retornar ao seio. Mas, não se cobre. Sucesso!

      1. Eu nao sou medica, posso dar pitaco? Nao se cobre mas continue oferecendo o seio antes da mamadeira, o seio tem mais funcao que so amamentacao pros pequenos. Eu passei por algo parecido, minha pequena so foi comecar a mamar no peito mesmo la perto do terceiro mes quando ja era maiorzinha e tinha mais forca pra sugar. Dizem que se o bebe pega mamadeira nao volta ao seio, nao sei se eh verdade, foi diferente aqui, a gente brincava que meu bebe era ‘biflex’ (o termo que se usa pra combustivel de carro). Eu acredito que ela nao recusou o seio por que continuei sempre oferecendo o seio antes da mamadeira, mesmo sabendo que ela nao iria se alimentar mesmo so com o leite materno. Tem varias outras formas de ajudar a pegada, internet nao substitui conselho profissional de jeito algum, mas da uma pesquisada e discute com a tecnica de amamentacao. Aqui num dos seios so funcionava quando eu a colocava por baixo do meu braco (em vez de ela estar com o corpo na frente do meu, ficava no lado) eles chamam de ‘futebol americano’. E embora a tecnica de amamentacao fosse contra aqueles protetores de seio (varios motivos) eu cheguei a usar por algumas semanas por que afinava o bico do seio (e bico largo era um dos problemas como viemos a descobrir). Eu tb tinha pouco leite apesar dos litros de agua que tomava e isso nao se resolveu ateh o desmame… mas mesmo assim eu amamentava por que acredito que o leite materno seja importante para o sistema imunologico. Teve tb um tempo que eu tirava o leite e dava na mamadeira… Amamentar foi uma das coisas mais contraditorias da minha vida, me deixava muito feliz, mas me dava muito trabalho. Eu achava que o desmame ia ser facil ja que amamentar me dava tanto trabalho. Mas nao foi facil nao. No fim fiz as pazes comigo mesma, eu fiz o que tinha que ser feito, dentro dos meus limites. Nao se cobre, mas nao desista de tentar outras alternativas se voce tiver a oportunidade, ainda eh cedo.
        Boa sorte.

  12. Boa Noite!
    Estou no meu segundo filho, sendo que o primeiro eu amamentei até um ano de idade, porém com a minha filha está sendo assim, é isso tá me matando, porque me pergunto o que estou fazendo de errado? Já tentei várias posições, já vi vários tipos de vídeos e nada me ajuda, tenho leite suficiente pra dar e vender, só que ela não consegue fazer a pega direito, a dor que eu sinto w horrível, eu sei q amamentar dói, só que tbm sei q isso é temporário e isso não passa!
    amamentar não está sendo prazeroso pra mim, pior ainda é que ela sente fome já que não consegue sugar direito!
    Já falei várias vezes que iria desisti, mas meu coração dói, fora o que as pessoas vão dizer!
    será que sou fraca? Continuo tentando? O senhor pode me ajudar?

    1. Dr. Roberto Cooper

      Prezada Jessica,
      O Conselho Federal de Medicina proíbe consultas pela internet. Por esse motivo o blog não substitui uma consulta. Sugiro que consulte um pediatra para lhe orientar, principalmente porque o assunto amamentação exige uma conversa mais longa e seria irresponsabilidade minha opinar de forma superficial, pelo blog.

    1. Dr. Roberto Cooper

      Prezada Amanda,
      Obrigado por seu comentário. Fico feliz quando o que escrevo faz sentido para outra pessoa.

  13. Bom dia Dr Roberto,
    Fico Muito feliz em ler esse texto. Sou mãe de uma menina de treze anos e a minha experiência com amamentação com ela não foi muito Boa, mas consegui amamentar mesmo complementando até 5 meses. Há 2 meses tive outro bebê. Sonhava amamentar. Li, pesquisei, fui a pediatra. Fiz tudo na gestação que podia para estar munida de todas as técnicas e informações para amamentar, já que fui surpreendida com uma gravidez tardia. Não amamentei nem um.mes. Meu BB nasceu hipotonico e não pegou peito. Hoje ele está muito bem, mas talvez se eu insistisse no peito poderia trazer problemas pra ele. Seu texto de certa forma me libertou. Existe uma patrulha do peito forte hoje em.dia!!!kkk. É bom na medida certa. Quando traz culpa e tristeza pra mãe é um horror!
    Obrigada!

  14. Pingback: A MÃE SUFICIENTEMENTE BOA. | Dr Roberto Cooper

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