DROGAS- A PREVENÇÃO COMEÇA EM CASA

Drogas, incluindo tabaco e álcool, são facilmente acessíveis a crianças e adolescentes. Como pais, temos um papel fundamental na decisão de nossos filhos usarem ou não drogas.

A prevenção do uso de drogas começa cedo e em casa. Duas ações, fáceis de se falar e difíceis de implementar, estão na base da prevenção, não só do uso de drogas, como de outros comportamentos de risco: conversar francamente e colocar limites.

Conversar francamente significa ter uma atitude aberta, acolhedora e honesta em uma conversa com seu filho ou filha. Isso não é fácil quando envolve assuntos mais “difíceis” para nós, adultos. Falar de drogas ou sexo, nem sempre é confortável, o que nos faz evitar ou postergar conversas sobre esses assuntos. Se não postergamos, frequentemente tornamos a conversa um monólogo onde nós falamos, emitimos nossas opiniões, frequentemente dogmáticas e, rapidamente encerramos o papo. Uma conversa franca, honesta, inclui ouvir nossos filhos. Saber suas opiniões, sem julgá-los, a priori. Se emitirmos um juízo a respeito de uma opinião de nossos filhos, corremos o risco de vê-los na defensiva e perdemos a nossa maior oportunidade de ajudá-los, que é mantendo um canal de comunicação aberto. Conversar honestamente é, também, lembra que fomos adolescentes e do que fizemos naquela época. Isso não deve servir de pretexto para tudo permitir, mas sim para mostrar entendimento genuíno pelo que está se passando.

Colocar limites é uma dificuldade para muitos pais. Seja porque a vida que levam os obriga a ver pouco os filhos e temem que, no pouco tempo que estão juntos, sejam percebidos como os chatos que dizem não a tudo. Seja porque não toleram uma reação de ira ou ódio dos filhos, ou ainda porque é mais fácil ou confortável deixar que a criança faça tudo, não transtornando a vida dos pais. No entanto, a colocação de limites é algo fundamental no desenvolvimento de uma criança e de um adolescente. Quando esse limite não é dado em casa, vão procurá-lo em atividades de maior risco, como dirigir em alta velocidade, usar drogas e outros comportamentos inseguros. Portanto, não temam colocar limites. Sejam firmes e enérgicos, sem deixar, por um minuto sequer, de serem amorosos.  Um bom exemplo de limite a ser imposto e que tem relação direta com o assunto de prevenção do uso de drogas é a proibição de consumir bebidas alcoolicas, antes dos 18 anos. Não podemos ser tolerantes com a ingestão de bebidas em festas de menores de 18 anos. Se os motivos de saude e comportamento de risco não fosssem sufcientes, é ilegal. Como ensinar segurança e cidadania a nossos filhos se permitimos que descumpram a lei?

Mais importante do que possamos dizer a nossos filhos, é o nosso comportamento. O que fazemos é uma das maiores influências que nossos filhos podem ter.

A seguir alguns tópicos para nossa reflexão (e ação!):

  • a prevenção começa quando falamos e escutamos nossos filhos, de forma aberta, franca e honesta.
  • passe mais tempo com seus filhos. Participe de atividades esportivas e/ou culturais. Mais tempo junto, de forma agradável e prazerosa, fortelece os vínculos e facilita a comunicação
  • ajude seu filho a fazer escolhas, incluindo amizades. Se passa mais tempo com seu filho e conversa sobre todos os assuntos, provavelmente terá a oportunidade de contribuir para que faça escolhas mais seguras ou saudáveis. Elogie comportamentos desejáveis e mostre os riscos de outros.
  • ensine seu filho a dizer não, de diversas maneiras. Uma das questões que mais aflije adolescentes é o da aceitação pelos seus pares. Por isso é muito difícil para eles, dizer não. Principalmente quando ingressam em um grupo mais velho, onde “rituais” de iniciação podem incluir desafiar o mais jovem a fazer “loucuras”.
  • estabeleça regras claras sobre o não uso de drogas. Não deixe a menor duvida com relação a valores e regras da família.
  • não use drogas ou tabaco. Se beber, faça-o com moderação e nunca dirija. Não dê o  mau exemplo de procurar no tweeter como burlar a lei seca. Lembre-se que suas ações transmitem mensagens mais poderosas do que suas palavras.
  • se informe sobre os reais efeitos nocivos das drogas. Saber explicar o que cada droga é capaz de fazer no organismo, ao invés de dizer algo genérico como- droga faz mal, dá mais credibilidade e qualidade à comunicação com seu filho.
  • corrija crenças equivocadas ou argumentos como: todo mundo bebe; maconha não faz tanto mal assim etc.
  • fale sobre a responsabilidade individual e as consequências das escolhas.

Não há nenhuma garantia de que nossos filhos não usarão ou experimentarão drogas. A curiosidade, associada à impulsividade e onipotência (nada de ruim vai acontecer comigo), são fortíssimos estímulos para que adolescentes façam “loucuras”. A manutenção de um canal de comunicação aberto, franco e acolhedor é fundamental para ajudar seu filho ou filha a atravessar com menos riscos essa etapa da vida.

Como sempre, se tiver algum comentário ou duvida, envie-a. Tentarei responder o melhor possível.

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